domingo, 17 de abril de 2011

Nascimentos e Renascimentos

Voltei para casa incerto sobre o que poderia contar a Cristal. Então ouvi o barulho vindo da mesa de sinuca e fui averiguar. Fiquei feliz em ver o Olívio e o cumprimentei eufórico. Reparou o meu bronzeado e também a roupa. Logo me perguntou o motivo do paletó de lhama e riu dizendo ter esquecido o dele lá na UNESIM.


Não podia contar a história toda, mas resolvi explicar só o começo, ele acabaria por entender o restante: Fui chamado pelos líderes... Queriam conversar comigo e me pediram para usar o paletó. Olívio, compreendeu logo ser um segredo dos líderes da sociedade e não perguntou mais nada.


Porém comentou: “Eles ligaram para o meu hospital e me pediram para contratar um iniciante em um posto alto. Eu o contratei, não podemos recusar nada à sociedade, não é mesmo?” Concordei com um aceno de cabeça e me despedi. Cada vez mais encontrava respostas... Elas encaixavam, mas ao mesmo tempo não pareciam dar a forma adequada a minha conclusão.


Mal entrei em casa, o pequeno veio logo chorando e me pedindo atenção. Aquilo mexeu comigo. Como iria conciliar o trabalho, minha esposa, meu filho e um futuro bebê com as exigências de ser um membro da Cúpula? Eu tinha certeza, minhas atribulações como membro da Cúpula iriam além de uma ou duas reuniões semanais. Não precisava ser nenhum gênio para deduzir isto.


Minha luz sorriu para mim e disse que o jantar estaria pronto em instantes: “É uma nova receita, bem exótica. Espero agradar seu paladar!” Apenas retribuí o sorriso, sua comida era sempre deliciosa. Entretanto as palavras me fugiram, precisava conversar com ela e durante o jantar seria melhor. Voltei meu olhar para o Diamante e o acariciei. Tentei me distrair com ele e brincamos até o meu humor melhorar e o jantar ficar pronto.


Quando me sentei a mesa, Cristal não resistiu e me perguntou: “O que o Grão-Mestre queria?” Uma pergunta tão direta merecia uma resposta no mesmo tom: Vou ser um dos membros da Cúpula, mas pouco posso comentar e nem sei mais nada sobre isto. Tudo deve ficar entre nós dois, o que eu comentar sobre a Cúpula é mais um segredo da sociedade.


Minha luz emudeceu e me olhou de um jeito esquisito. Cara!!!!! Como vamos conviver deste jeito. Mantendo segredos até dos nossos próprios filhos. Sem poder comentar parte da minha vida com meus amigos mais íntimos: Olívio e Acácia. Desconversei e passei a outro assunto: Eu ganhei 65 mil hoje por causa de uma ideia original para um jogo. O que faremos com o dinheiro?


Num instante o clima mudou e a Cristal pensou em investirmos numa casa de férias. Quando os pequenos se tornassem crianças, teríamos um lugar agradável para levá-los e serviria de herança para eles. Adorei a ideia! E deixei por conta dela procurar uma casa adequada, mas sugeri uma casa de praia, de preferência à beira do mar!


Minha esposa riu e disse ser uma boa ideia, pois o pequeno adorou a praia também. Então perguntou se eu ia continuar mesmo a usar “este cavanhaque antiquado”. Logo percebi o motivo dela não ter comentado nada depois do passeio: Ela não gosta de barba! Como fui me esquecer disto?


Depois do jantar, enquanto a Cristal colocava o Diamante para dormir, corri para o banheiro e me livrei logo do cavanhaque. Nem preciso dizer o quanto ela me compensou pela noite passada. Lembro muito bem da primeira gravidez... Ela fica “fissurada” em fazer oba-oba! E eu não me neguei em nenhuma das vezes. Precisava correr atrás do prejuízo.


Quando estávamos nos preparando para dormir ela disse: “Ih Forte, acho que nossa princesinha vai nascer esta madrugada!” Depois de me dizer isto ela virou pro lado e dormiu, pois eu não consegui. Fiquei preocupado com a vinda do bebê, ainda me lembro de como é difícil um parto! Como não ia conseguir dormir mesmo, me deitei ao lado da Cristal a espera, mas ainda não era nem meia-noite...


Ela sempre acerta em suas previsões, provavelmente o bebê iria mesmo nascer de madrugada. Resolvi levantar e a deixei dormindo. Fiquei impressionado com a sua tranquilidade. Dei uma olhada no pequeno e graças ao cara lá de cima meu filho dormia como um anjinho em sua nova cama. Não havia sinal de sonho com a Mita esta noite.


Resolvi fazer uma faxina na casa para passar o tempo mais rápido. Eu não estava ansioso com o nascimento, mas verdadeiramente preocupado com as dores que a minha luz ia sentir... Ela mesma nem se incomoda, só na hora sofre um pouco, mas depois diz não ter sido nada demais. Porém eu ainda me lembro do nascimento do Diamante e o meu horror em ver a sim da minha vida em sofrimento.


Depois da faxina, voltei ao quarto e me deitei ao seu lado novamente, já era por volta de duas da manhã e nada de bebê nascer. Agora a preocupação e a ansiedade me consumiam: Fiz algo inimaginável em toda minha vida, sentei para meditar! Mal comecei a respiração e ouvi um barulho no quarto. Levantei correndo e fui averiguar.


A Cristal estava entrando em trabalho de parto. Aquela visão me deixou tão atormentado que gelei. Perdi o chão, tamanha a minha apreensão. Eu parecia um personagem de desenho animado de tão desconcertado. E vi a minha luz sofrendo bem na minha frente. Às vezes gritando e outras gemendo, como no parto do pequeno.


Eu só podia ficar observando e sofrendo junto, não tinha nenhuma opção a não ser esperar o nascimento. Cheguei a pensar em chamar o Olívio, afinal ele trabalha num hospital, foi até médico antes de ser o diretor... Porém ela continuava a gemer e a gritar... Não iria deixá-la sozinha, até eu trazer o Olívio pra cá, muita coisa podia acontecer. E depois sims grávidas não precisam de médico para ter filhos.


Quando as dores passaram e minha luz começou a respirar fundo, fazendo a famosa respiração cachorrinho, eu percebi todo o processo chegar ao fim. Ainda bem! Tentei me acalmar, pois faltava muito pouco para ver meu mais novo filho ou talvez até uma verdadeira princesinha. Imagine eu me aproximar dele esbaforido e apavorado com a situação, ou assustaria ou faria o bebê rir da minha cara.


Quando a Cristal girou, eu já sabia: era a hora! E mal ela começou a girar pude ver logo a carinha linda do bebê! Tinha os olhos da mãe, exatamente como o irmão. E isto me deu uma enorme satisfação. Afinal os olhos da minha luz são muito mais bonitos que os meus!


Então ela falou: “Olha Forte, nossa princesinha é linda! Você fica chateado se ela não se chamar Ametista?” Eu nem pensei no nome só queria ver a minha menina de perto. Era a coisa mais linda deste mundo! Eu logo me apresentei para a minha filhinha. E só depois de ver quão linda era nossa princesinha respondi: Que nome você pensou em dar?


Minha luz falou o nome da nossa filha e eu só podia concordar, ela realmente parecia uma Violeta! Pequena, viçosa, linda, mas que necessita de cuidados especiais. O nome era perfeito! Eu queria colocar a minha preciosidade no colo e pedi para segurá-la um pouquinho. Lembrei da primeira vez que peguei o pequeno no colo... Eu estava apavorado!


Agora estava ansioso para abraçar a minha filha caçula. Ser pai pela segunda vez é bem mais fácil... Quem sabe acabo acostumando com o parto se a Cristal cismar em ter mais um? Então eu abracei aquela princesinha, tão pequena em meus braços... E percebi, eu me apaixonei pela segunda vez na vida! Eu realmente amo o Diamante, mas minha filha é a coisa mais linda que me aconteceu. Paixão a primeira vista. Hehehe


Bom, depois de tanta movimentação eu estava caindo de sono, entreguei a Violeta para a mãe. Minha esposa parecia muito bem, mesmo depois do parto e já estava até de banho tomado. Desta vez ia ser eu a perder o primeiro banho, a primeira troca de fralda...


Mesmo assim eu precisava de umas horas de sono, pois ia trabalhar no dia seguinte. Uma pena não ter licença paternidade no mundo sim. Na manhã seguinte, eu vi o pequeno andando na direção do berço da irmã. Quando chegou perto, ele disse: “Sô ceu imãu, Dimanti. Cê num fala naum?”


Eu ri um bocado do pequeno. Depois o peguei no colo, mostrei sua irmã de cima e perguntei: “E então sua irmããzinha não é bonita? Gostou da Violeta?” Ele disse: “Ela é lindia papá! Maish é muitu piquinina. Num vai pudê bincá tomigo.”
Eu conversei com ele e expliquei o quanto era importante o irmão mais velho cuidar da irmããzinha. Também disse que logo os dois iam poder correr juntos pela casa, mas ela precisava aprender a andar primeiro.


Eu dei mais uma paquerada na minha princesa. Como foi difícil deixá-la! Eu não queria parar de olhar para ela, fazer carinho nela... Daqui a pouco o Diamante vai ficar com ciúmes. Desci com ele e preparei um leite esperto, pois sei que o pequeno adora.


Depois fui avisar o Olívio e a Acácia do nascimento da Violeta. Mal bati a porta e ela se abriu sozinha. Lá dentro a Acácia estava em trabalho de parto. Ai meu coração! Não sei se aguento tantas emoções num só dia.


Eu tive um “déjà vu” da madrugada passada e fiquei tão nervoso com o nascimento do filho da Acácia quanto da minha princesinha. Mas o Olívio estava ali, calmo e tranquilo... Parecia nem ser aquela a sua primeira vez como pai!


Então nasceu a Chris, uma menina linda, morena de cabelos loiros como o pai e os olhos castanhos da mãe. Muito fofa minha “sobrinha”, vou querer ser chamado de tio Forte! Bem, mas a minha Violeta continua sendo mais bonita...


O Olívio foi se apresentar a sua pequena e claro parecia um pai tão babão quanto eu. Eu me apresentei à pequena contando da “priminha” mais velha, as duas com certeza iriam aprontar muito no condomínio!


Acácia ficou emocionada ao ouvir sobre o nascimento da Violeta, mas o Olívio não resistiu e me abraçou agitado. Estava quase chorando de tanta felicidade, imensamente tocado pelo nascimento de sua filha e da minha princesinha. Por fim fez uma previsão: “Nossas filhas serão praticamente como irmãs e melhores amigas como nós!”


Quando voltei para casa, louco para contar as novidades, a Cristal estava no telefone e as notícias não pareciam boas. Então ela veio conversar comigo: “Era a Maria da Assistência Social, parece que não tem mais nenhuma menina de orelhas pontudas na casa onde o pequeno ficou. Ela tentou localizar a menina, mas um hacker andou bagunçando os computadores deles e não dá para achar nada no sistema, por isto mesmo não nos ligou antes. Maria não tem certeza, mas acha que a menina foi adotada ou levada por algum parente distante.”


Eu fiquei triste, por não saber como achar a Mita. Aliás este sistema da Assistência Social já está me dando nos nervos. Será que como membro da Cúpula eu vou poder mudar alguma coisa? Quem sabe me ajudam a achar a Mita? O melhor era não comentar nada sobre isto com o pequeno agora. Ele já não sonhava mais tanto assim com a menina, podia até vir a esquecê-la, com o tempo.


O início da manhã passou voando e eu estava em cima da hora de ir ao trabalho. Só quando estava dando tchau, me lembrei de comentar sobre a Chris. Cristal me abraçou muito feliz, comentando o quanto ia ser bom para nossa filha ter uma companheira desde tão tenra idade. Tinha certeza que as duas não iam se desgrudar e fariam de tudo juntas. Não resisti à proximidade da minha esposa e precisei muito lhe dar um beijo antes de sair.


Quando voltei para casa no final da tarde, eu tinha mais 65 mil em meu bolso. Parece que fazer uma segunda versão de abdução de alliens, dá tanto dinheiro quanto a primeira. Eu nem posso reclamar de nada! Muita sorte a minha, mas acredito ter sido por causa das novas mansões e jardins no mundo sim. Ao abrir a porta, me deparei com a casa lotada de mulheres!


Todas as amigas mais íntimas da Cristal estavam ali. Fiquei um tanto receoso em entrar, a conversa e as risadas chegavam a ser estridentes. Mas a minha luz me deu aquele sorriso lindo e me derreteu. É por um sorriso como este que volto para casa ansioso todas as tardes.


Olhei bem a minha frente e vi a Kea. Fiquei feliz da minha esposa tê-la incluído entre as suas convidadas, afinal ela não conhece muita gente ainda. Então me dei conta, ela não estava mais grávida?! Fui logo perguntando sobre o bebê e a Kea respondeu: “Nasceu ontem à noite. O Klaus está com ele agora. Por que não vai dar uma olhada. Ele está um tanto nervoso, pois embora tenha alguma experiência com o Alex, nunca cuidou de um recém-nascido antes.”


Então eu percebi uma coisa: Eu engravidei a Cristal antes do casamento dos meus amigos. Isto quer dizer que quando eles casaram, elas já estavam grávidas! E eu pensando ser o único entre os meus amigos a casar grávido... Hehehe.
Antes de visitar o bebê, eu precisava dar uma olhadinha na minha princesinha. Estava morrendo de saudades dela! Passei o dia pensando no seu cheirinho, na sua pele macia, nas mãozinhas pequenas, no seu sorriso.


Depois de me trocar, eu peguei o Diamante queria levá-lo comigo para visitar o novo bebê e conhecer o sobrinho do Klaus. Afinal até hoje eu ainda não tinha apresentado os dois. O moleque tem a idade do pequeno, quem sabe eles fazem amizade? Chegando lá, encontrei o Klaus muito feliz com o novo rebento: é um menino e eles chamaram de Klaus Júnior. Ficou contente em apresentar o Alex pro Diamante. Achou uma boa ideia deixá-los juntos para começarem uma amizade desde cedo.


Lá em cima eu fiquei um tanto envergonhado... Mas eu nunca ia imaginar! O pequeno começou a gritar: “meninu mau, meninu mau!” Então caiu a ficha, o Alex era o menino mau que havia batido no Diamante na casa de Assistência. Eu tentei contornar o conflito entre os dois com o pequeno, enquanto o Klaus buscava conversar com o sobrinho sobre a história.


Por fim o Alex pediu um “discuipa ieu” para o Diamante. Eu tinha muita pena do moleque, por causa da morte trágica da mãe... Sem pai... Então incentivei meu filho a perdoar.


Eu e o Klaus colocamos os dois no chão para se acertarem. Falei para o pequeno da importância de saber perdoar e não guardar mágoas. É muito melhor estar sempre de coração aberto para as pessoas e o mundo. Assim a gente recebe tudo o que vida tem a nos oferecer, seja bom ou ruim. O importante é sempre aprendermos algo com isso!


Meu filho caminhou na direção do moleque um tanto ressabiado... Eu posso compreender. Afinal ele nunca havia apanhado antes. Bem, a primeira vez a gente nunca esquece, seja qual for a situação.


O Alex parecia realmente querer apagar seu erro e ser desculpado. Os dois se abraçaram, embora o Diamante ainda estivesse em dúvida sobre a nova aproximação, o sobrinho do Klaus estava confiante e sorridente. Eu sinceramente espero ser o início de uma boa amizade.


Olhei para o Klaus sorrindo por conseguirmos contornar a situação com os pequenos. E finalmente pedi para ver o recém-nascido. Meu amigo estava muito sem jeito para segurar o bebê. Tentei dar umas dicas, afinal sou pai há dois anos e ele ouviu um tanto inconformado. O Júnior era muito bonito, tinha os olhos azuis e sobrancelhas loiras como os pais. Sua cor parecia mais com a do primo, deve ter herdado do avô paterno.
Por fim, me apresentei ao novo rebento do Klaus e percebi os pequenos entretidos com os brinquedos.


Era muito tarde, eu queria jantar com minha esposa e ficar um pouco mais com a minha Violeta. Ao descermos encontrei a Kea preparando o jantar, e enquanto cortava uns vegetais comentou: “Pronto Forte, todas já foram, agora você pode voltar tranquilo para casa!” Eu tomei o rumo de casa e sorri pro Klaus pensando: Acho que não consegui esconder meu pavor de ver tantas sims juntas na mesma sala!


No dia seguinte pela manhã a Cristal me mostrou a casa de praia que viu na internet. Era na Ilha Tiwikkii. À beira mar e construída sobre as árvores. Minha esposa achou ser perfeita para nossa família, afinal uma casa na árvore combinava muito bem com nosso sobrenome. E quando vi a foto da casa me encantei e aprovei a compra.


Como estávamos num sábado, dia de folga dos dois, resolvemos ficar um pouco na piscina conversando e pegando um solzinho, afinal meu bronzeado já havia me abandonado. O Diamante aproveitou para treinar suas cavalgadas, preparando-se para o seu futuro nas telas de cinema.


Minha luz estava adorando aquela folga e ficar um pouco no sol fazia maravilhas para o seu humor. Por isso mesmo a deixei tomando sol enquanto paparicava minha princesinha e cuidava das necessidades dela.


Naquela tarde, Acácia trouxe a Chris para o pequeno conhecer, e só para não perder o hábito me deixou completamente envergonhado falando sobre a pequena: “É boiita sua minina Tia Cassi, mais Vioeta é maish. Eu vô tomá conta déia ingual da miia irmanzinham.” Ainda bem que a minha amiga está acostumada com as palavras sinceras do Diamante...


Olívio ficou babando em cima da minha princesinha! E por fim a Violeta ficou intrigada com a presença da Chris! Naquele momento começaram uma nova amizade.


No domingo foi o casamento da Manu. Só falta ela estar grávida também... Mas não estou sabendo de nada! Minha amiga havia me pedido para fazer um brinde, pois ela sabia da minha facilidade para falar em público. Pagar mico é comigo mesmo!


Eu e a Cristal estávamos conversando com uma amiga dela quando a Jade resolveu se sentar na nossa mesa. Então nenhum de nós lhe dirigiu a palavra, apenas nos levantamos. Não quero nem falar com a maluca! Não tem explicação para o que ela fez comigo. O melhor é não dar corda.


O final de semana acabou e nós tínhamos que trabalhar. Deixávamos os pequenos aos cuidados da Tia Cassi e ela levava a Chris para lá. Eu sempre que tinha um tempinho ia mimar um pouco mais a minha princesinha... E com isto a semana passou rapidamente.


Finalmente chegou o grande dia: Eu ia ser iniciado como membro da Cúpula. Ainda não tinha ideia do grande passo por trás desta iniciação. Enquanto nos encaminhávamos para a limusine o Kléverson, tentava me dizer o quanto eu ia gostar de ser parte da Cúpula. Mas quando eu vi a limusine parada e soube estar na hora, fiquei numa tremenda dúvida: Será que eu ia gostar mesmo?


Nós entramos no "The Lhama Pub" e o Kléverson comentou algo sobre me encontrar lá em cima. Eu havia acabado de enxergar a Carmita na multidão. Para um bar que apenas servia de fachada a Sociedade Secreta, era até muito movimentado.


Ela veio logo me abraçando e perguntou se eu estava preparado para uma transformação radical na minha vida. Aquela pergunta me deixou ressabiado, Carmita sabia sobre a iniciação. Como ela sabia? Qual o papel desta sim na minha vida? Sempre aparece nos momentos mais marcantes! Seria isto uma coincidência ou ela era realmente uma espécie de anjo protetor?


Eu estava nervoso com tudo, acabei sorrindo e respondendo um sim entre o sorriso, mas a minha linguagem corporal dizia não. Eu realmente não estava preparado: Porém eu me chamo Forte e vou honrar meu nome até o fim desta história, não vou fugir do meu destino!


Ela parecia feliz com minha resposta e comentou sobre o mundo ter uma dinâmica interessante, onde tudo se encaixa até formar um todo completo e perfeito, mas antes disto, parece desordenado e envolto em trevas. Quando seguimos na direção correta, as trevas se transformam em luz e entramos em sincronia com o mundo. Só no final descobrimos a verdade: muitas vezes as trevas nos orientam para a luz.


Toda aquela história mexeu realmente comigo, embora como sempre eu não conseguia compreender a extensão das palavras da Carmita. Algo dentro de mim tinha ciência do quanto elas seriam determinantes para eu continuar no caminho certo. Por fim ela falou: “Acho que já deu tempo para eles prepararem sua iniciação. Vá e busque sempre a sua luz, ela é a chave para todo o seu futuro nesta etapa da sua vida.”


Eu procurei pelo Livro na estante. Por um momento, o nervosismo da situação e as palavras da Carmita me fizeram vacilar. Estava me perguntando se a luz da qual ela falou era a minha esposa, mas eu não tinha certeza disto. Acabei acertando na escolha do livro de primeira. Afinal com um nome destes era até óbvio demais: “Romance de Mistério Misteriosamente Misterioso”. E a passagem se abriu.


Lá em cima estavam todos me esperando e mal subi as escadas eles começaram a me aplaudir. Coisas da Sociedade Secreta que nunca mudam... O Grão-Mestre estava sentado em sua “cadeira” (ou seria um trono?). Quando ele se levantou, todos andaram na direção do palco.


Merlim começou fazendo um discurso elogiando o meu desempenho como membro da Sociedade e por minha dedicação aos estudos, trabalho, família. Minha curiosidade nata a me impulsionar a galgar cada vez mais espaço no Mundo Sim. E principalmente o meu carisma, conquistando cada vez mais amigos dentro e fora da sociedade.


Eu fiquei completamente sem graça com tantos elogios e também preocupado: Ele sabia muito sobre a minha vida, se bobear, até mais que eu mesmo! Terminou me chamando ao palco para começar a cerimônia de iniciação.


Lá em cima o Grão-Mestre me pediu para repetir as seguintes palavras: “Eu Forte Arvoredo, de livre e espontânea vontade desejo fazer parte da Cúpula da Sociedade assumindo todos os compromissos e responsabilidades futuros deste cargo. Aceito me tornar um instrumento da Sociedade Secreta Quero-tudo-que-é-seu, para tornar o Mundo Sim cada vez mais próspero para todos os companheiros da nossa sociedade. Usando os poderes que hoje recebo de forma neutra e imparcial.”
Eu falei cada palavra tentando entender o significado delas para a minha vida.


Quando o Grão-Mestre se afastou e apontou aquela varinha para mim... Eu relembrei da noite em que fui teletransportado pela bruxa da UNESIM. Não tinha ideia de qual feitiço lançaria em mim, mas sabia, a partir daquele momento minha vida iria mudar. Mesmo que eu quisesse, nem daria para fugir, não havia nenhuma opção disponível para mim naquele instante.


Nenhum comentário:

Postar um comentário