quarta-feira, 9 de março de 2011

De Volta a UNESIM

Fui direto ao lugar onde estivemos com o pequeno pela última vez: o chalé. Nós moramos lá nos últimos dois anos. Na minha agitação procurei o pequeno embaixo de cada moita e de cada árvore. Quem
sabe? Mas ele não estava por ali e corri para os fundos da casa.


Atrás da casa nem sinal dele. Dali eu tinha uma ampla visão de toda a quadra. E tristemente não havia sinal algum do Diamante nas redondezas. Mesmo assim olhei as últimas árvores do lote... Uma tola esperança dele estar se escondendo sob as árvores.


Já estava disposto a entrar na casa e procurá-lo lá dentro. Eu sabia ser impossível para o pequeno subir as escadas sozinho. Porém naquele momento eu faria qualquer coisa, mesmo contrariando a lógica, para achar meu filho.


Então, a Flávia desceu as escadas e eu mais uma vez fiquei impressionado. Como as coisas aconteciam tão rápido no mundo sim! Eu, Cristal e Acácia saímos de lá na noite anterior. Na manhã seguinte, já tinha outra sim vivendo lá e não era uma qualquer: quando me mudei da República, foi ela quem ocupou meu quarto. Pelo menos a garota tem bom gosto!


Estava um tanto apático quando a cumprimentei, e a jovem sim percebeu. Perguntou o que estava acontecendo, pois nunca me viu tão desanimado. Contei sobre o desaparecimento do pequeno e logo questionei se ela o havia encontrado.


Flávia ficou pensando e me deixou ali confuso, louco por uma resposta. Sei, não passou mais que dois segundos, mas para um pai apreensivo, parecia uma eternidade.Então ela finalmente respondeu: “Sinto muito, mas não vi o pequeno em parte alguma e olha que dei uma geral no chalé assim que cheguei. Aliás, agradeço a vocês, pois o lugar está muito bem conservado.”


Agradeci o elogio merecido, afinal nós realmente cuidamos de tudo com carinho. Mas fiquei desolado... Onde estaria meu pequeno?


Percebendo minha aflição, Flávia perguntou se precisava de ajuda para procurar o pequeno. Eu agradeci, mas ia primeiro ver com a nossa vizinha de frente se ela tinha alguma notícia do Diamante. Quem sabe não estava com ele neste momento?


Atravessei a rua e dei de cara com o Castor. Será que a Amélia não estava em casa? Ao me aproximar contei tudo sobre o sumiço do Diamante e perguntei sobre a Amélia.


Ele me olhou apreensivo, preocupado com minha perda e disse não ter ideia sobre onde estava a namorada. Havia apenas um bilhete na porta: “volto só à noite”. Não estava sabendo de nada e como tinha saído do grêmio há uma hora atrás, sabia que ninguém por lá havia visto o meu filho.


Perdi o controle, estava desolado. Tive esperança de encontrar o pequeno entretido com a Amélia, ou ao menos ela soubesse alguma coisa.


Percebendo o quanto eu estava abalado, o Castor se aproximou e tentou me consolar: “Ei, cara! Não se preocupe, vou falar com todos os meus conhecidos e faremos uma busca pelo Diamante na Universidade.” Eu estava envergonhado por ceder à pressão do estresse e quase desabar na frente do meu amigo e agradeci pela ajuda.


Então ele comentou:”Eu ainda não tenho um filho, mas estaria desesperado no seu lugar. Posso compreender muito bem a sua aflição. O que você vai fazer agora?” Eu ia até o Grêmio falar com os outros, quem sabe eles já teriam alguma notícia? Eu literalmente, corri até lá.


E me deparei com o Klaus, ele parecia estar de saída... Mesmo assim, o parei e contei minha trágica história. Qual não foi minha surpresa?


Ele já havia sido informado de tudo. A Cristal estava fazendo um bom trabalho em casa. Segundo ele todo o pessoal mais novo da Sociedade Secreta (a maioria dos meus amigos participam da mesma sociedade secreta: Quero-tudo-que-é-seu) estava procurando o Diamante, eles haviam falado com o Reitor e acionado a segurança da UNESIM. Como fui orador da turma e ainda levei o pequeno para o palco durante o meu discurso, o Reitor se lembra muito bem de mim. Todos estavam dispostos a achar meu filho.


Klaus me convidou a entrar e comer uma pizza com eles antes de sair, pois era quase hora do almoço. Eu aceitei de pronto, afinal eu não ia ter forças para procurar o Diamante com a barriga vazia.


Antes passei no banheiro, estava louco de vontade, mas tinha até abstraído com tanta preocupação. Agora, com o Reitor da universidade cuidando da situação fiquei mais tranquilo. Peguei um pedaço de pizza e percebi o quanto eu estava faminto! Eu não comia nada desde ontem à noite...


Sentei com os rapazes e acabaram me contando as fofocas da festa de ontem: A Brenda saiu agarrada com o Kléverson e a Rita acabou dormindo aqui com o Laurindo. Segundo eles ainda estavam “dormindo”.


Ah, não! Nem quero olhar para a louca da Rita hoje! Era melhor eu engolir logo aquela pizza antes deles levantarem da cama. Vou acabar fazendo uma besteira se encontrar com aquela megera. Tratei de enfiar o resto da pizza dentro da boca e me levantei para despedir do pessoal.


O Jurandir vai se mudar para outra cidade, por isso o abracei e lhe desejei uma boa viagem.


Neste instante a Professora Kéa entrou quase chorando, estava desesperada: foi demitida por estar se relacionando com um aluno da universidade, o Klaus. Ele, na mesma hora, tratou de abraçá-la e assegurar com convicção: no futuro, tudo ia dar certo.


Quando ela se acalmou, Klaus a pediu em noivado. Meu amigo falou o quanto estava apaixonado e sobre sua herança, grande o suficiente para sustentar os dois e mais seus futuros filhos.


Depois disso a ex-Professora Kéa só podia dizer “sim”! Eu a cumprimentei com um beijo e por fim o Klaus, com um abraço.


Após tanto romantismo, eu saí do Grêmio com uma vontade louca de falar com a minha luz! Precisava saber como ela estava e se tinha alguma notícia do pequeno.


Minha esposa já havia ligado para praticamente todo mundo que conhecia. Mas não conseguiu achar a Amélia e nem as meninas do Grêmio. Ligou para a polícia pensando na ajuda deles para achar o Diamante.


Imediatamente um policial parou em frente à nossa casa, mas ele ficou dando bronca na Cristal, pois não havia nenhum ladrão lá em casa. Queria até multá-la por chamar a polícia por nada!


Então ela explicou ao policial sobre o nosso filho perdido... Nossa preocupação... Esperava contar com a ajuda da polícia para encontrar o pequeno.


Sem graça o policial pediu desculpas, mas não retirou a multa! Disse que menores não eram da alçada do Departamento de Polícia, mas da Assistência Social.


Minha luz estava tentando ligar para lá, entretanto ainda não conseguiu falar com ninguém. Antes de desligar, me pediu para passar no Grêmio das meninas, afinal eu estava em frente a casa e poderia verificar se elas estavam bem ou tinham alguma notícia do Diamante.


Atravessei a rua para falar com as amigas da minha esposa. Ela morava ali quando nós começamos a namorar. Eu tenho algumas lembranças ruins desta casa, mas tento pensar só nas melhores: quando percebi estar apaixonado ao dançarmos juntos numa festa da toga, na descoberta da nossa gravidez e na imagem da minha luz dizendo sim quando a pedi em noivado.


Depois de meia hora tocando a campainha, a Britânia me atendeu. Expliquei estar procurando o Diamante e toda a história do sumiço. Ela ficou me encarando um tempão, parecia saber de alguma coisa. Será?


Fiquei ali ansioso... E nada! A garota não falava nada! Quase surtei de tão nervoso. Finalmente ela falou: “Sinto muito Forte, mas saí da festa ontem, atravessei a rua e fui direto para cama. Acordei agora a pouco, não tô sabendo de nada.” Acho que acordei a Britânia, por isto ela ainda estava meio lerda.


Então, perguntei da Tifânia, talvez ela soubesse de alguma coisa... Foi quando eu tive certeza: tirei a Britânia da cama! Ela gritou chamando a amiga, o que não é muito normal... No dia em que não queria me deixar entrar na casa, discutiu comigo e tudo mais, mas em nenhum momento levantou a voz para mim.


Quando a outra chegou, elas me ignoraram completamente. Britânia contou toda a história como se eu não estivesse presente! Não aguento estas patricinhas e sua mania sem graça de ignorar quem está do lado delas! Conversam entre si como se você nem existisse.


Pior mesmo, foi quando elas começaram a cochichar de costas para mim! Mas aguardei com toda paciência, afinal eram amigas da minha luz.


A Tifânia só falou comigo depois da Britânia entrar. Mas também parecia não ter muito a dizer... Não sabia nada sobre o Diamante, embora tenha saído mais cedo da festa com o noivo, eles foram direto para casa e acordaram, naquele instante.


E completou: “Mais cedo ou mais tarde o pequeno aparece. Não fique preocupado, não. Diz para a Cristal que eu vou mandar um email para ela quando chegar em Vila Verona, vou mudar pra lá amanhã. E fala também...”


Cara! A sim ainda queria me fazer de moleque de recados... Por que esta maluca do Grêmio não liga diretamente para minha esposa?


Quando percebi a garota já estava me abraçando... Eu não ouvi a frase completa dela, mas durante o abraço ela disse que era para a Cristal. Eu não entendi nada. Em casa eu peço a minha luz para ligar para a Tifânia.


Eu estava saindo do lote e a Rita atravessando a rua. Abaixei minha cabeça e corri na direção da Praça, torcendo para ela não me ver!


3 comentários:

  1. Q coisa triste Forte!!! Procurando se ter nenhuma noticia, imagino como pertubador passar por tudo isso =/
    Não vejo a hr de encontrarem o pequeno Diamante.


    Bjo

    ResponderExcluir
  2. Essa é a parte da história que me dá mais agonia! =/ Bem, quase tudo de "Perdi Meu Pequeno Diamante?" me dá agonia... Fortinho nunca desejo o que passou pra ninguém! Ç.Ç Ainda bem que já sei o final! '-'

    bjks

    ResponderExcluir
  3. Deka e Pah,
    Pois é! Foi uma fase muito difícil da minha vida, e sempre ao me recordar desta etapa volto a sentir todo o medo e dor de perder meu pequeno Di. Mas tudo na vida passa...
    Obrigado pela preocupação de vocês.

    Um Forte abraço!

    ResponderExcluir